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Thiago Solon - para quem o conhece, sobram comentários! Foto: Fernando Gazzola |
De onde viemos? Para onde vamos?
Ontem,
24 de outubro de 2014, fez um ano que vim para os Estados Unidos em busca de
mais oportunidades para desenvolver-me como atleta, blogueiro e empresário no
segmento do mountainboard. Essa foi uma das decisões mais sérias da minha vida,
abrir mão de tudo aí no Brasil e começar do zero por aqui. E ainda, manter em
pé e ascendente todo o trabalho feito no Brasil por mais de 10 anos. Ainda mais
na Florida, uma região sem montanhas. Mas isso é uma outra história.
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Fábrica e oficina do Paulo Solon, Local Trip uma das únicas marcas precursoras e 100% nacional. Foto Fábio Carvalho |
O
que pretendo abordar agora é que meu distanciamento do cenário brasileiro do
mountainboard, depois de uma década de atuação, me abriu uma perspectiva mais
de fora do meio.
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Lucas Melo no High Jump, prova diferenciada do evento paralelo ao Circuito, o Funny Session 2. Foto Fábio Carvalho |
Os
últimos acontecimentos: datas conflitantes entre o principal evento mundial e o
principal evento brasileiro, diminuição na quantidade de competidores PRO,
Masters e Amadores no Circuito Brasileiro, mas ao mesmo tempo aumento no nível
técinco, e por fim a criação de eventos paralelos com modalidades alternativas
e sua grande aceitação por parte dos atletas e público, me levaram a buscar a
opinião dos atletas, empresários e organizadores de eventos para traçar um
cenário do nosso esporte! Foram mais de 30 depoimentos até agora. Esse conteúdo
irá proporcionar um trabalho que irei transmitir aqui nessa página, nessa e nas
próximas edições.
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Thiago Solon no quintal de casa, Cork 540 sua exclusividade ainda no Brasil. Foto Fernando Gazzola |
Vamos
abrir essa série com a colaboração do #1 Thiago Solon, o nosso Pedro Barros ou
Gabriel Medina do mountainboard brasileiro, dadas as suas proporções pela falta
de incentivo e investimento, um atleta que nasceu com o mountainboard e segue
em busca de uma chance de despontar em um evento internacional. Para terem uma
idéia, o Thiago é invencível no freestyle desde 2010, já foi inúmeras vezes
campeão brasileiro em várias modalidades, e agora, deixou o circuito brasileiro
e hoje só acompanha as etapas, é instrutor na sua pista e participa de
apresentações. Segue abaixo um pouco da história dele que se mistura com a história
do mountainboard nacional em todas as suas épocas!
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Conheci o Mountainboard em meados de 1996, Eu com apenas 4 anos, no ano
seguinte comecei a praticar. Até onde eu sei o esporte foi criado no ano de
1992 (ano em que nasci) pelos havaianos e californianos, vivenciei boa parte da
história do esporte, principalmente no Brasil, ainda não tive a oportunidade de
conhecer o mountainboard em outros países, mas espero fazer isso em breve.
- O começo do Mountainboard no Brasil
foi muito parecido com o do Surf, alguns praticantes pelo país, quase todo
mundo se conhecia e eram todos amigos, se reuniam para andar junto quando
possível, no caso do mountainboard, muitos tinham o propósito de suprir a
carência de algum outro esporte, e outros, de ter uma nova experiência, que
misturasse vários esportes radicais. Acredito que meu pai, o Paulo Solon, tenha
sido o pioneiro no Brasil, um surfista que se mudou pra montanha e na
dificuldade de poder surfar todos os dias encomendou um mountainboard, do Colorado/EUA,
que veio através do meu tio. Na época a novidade era tanta que todos os amigos
do meu pai se revezavam pra andar naquele único equipamento, depois ele começou
a fabricar e montou uma equipe com os próprios amigos e uma pista no quintal de
casa, e na sequência começou a produzir para vender. A origem do esporte no Brasil
foi aqui, em Visconde de Mauá/RJ, do primeiro modelo à equipe e até mesmo a
primeira marca.
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Em 2002 conheci o gaúcho Sérgio "Marreta", que teve uma participação
fundamental na evolução do esporte, foi o primeiro a realizar um evento no
Brasil, ele criou o Desafio Brasil de Skate Off Road, no Rio Grande do Sul, apenas
com os locais, e em 2003 ele fez o primeiro evento nacional, aqui em Mauá, isso
foi um gancho para que fosse criado o Circuito Brasileiro de Mountainboard, que
é válido até hoje. Com o passar dos anos o Circuito Brasileiro foi ganhando novas
casas, no começo era apenas uma etapa por ano, hoje o circuito tem 5 ou 6
etapas por todo o país, mais os eventos fora do Circuito, hoje o Brasil é o
país com maior número de eventos.
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Sérgio além de organizador de eventos, é fabricante de mountainboard e
revolucionou quando produziu um eixo diferente, enquanto todos no Brasil
fabricavam eixos de molas, ele adaptou os de skate ao mountainboard, o
equipamento ficou bem mais leve, passei a usar os eixos do Marreta, isso
influenciou demais no meu desempenho, meu equipamento passou de 10 Kg para 5
Kg, e como eu tinha apenas 11 anos, foi uma mudança incrível.
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O Mountainboard ainda não é tão grande no sentido profissional como o skate,
surf, entre outros, no mundo inteiro é raro um atleta viver somente disso, a
maioria tem algum trabalho para se manter e pratica o mountainboard como esporte,
paixão e hobby. Penso que em pouco tempo o nosso esporte terá mais
reconhecimento e apoio de grandes marcas, -“chega a ser um desperdício tanta
qualidade em nível técnico pra tão pouco apoio e incentivo”. Deixo até um apelo
aqui pra todas as empresas nacionais, multinacionais, até mesmo as pequenas
–“o
mountainboard é um esporte de vanguarda e gera mídia, só falta acreditarem um
pouco mais no esporte, porque nós podemos dar retorno”.
Agradeço
pelo espaço na Revista Solto. Um Abraço a todos os Leitores!
Thiago
Solon – Local Trip – Visconde de Mauá/RJ
Bom como havia dito, esse foi para abrir o senso, na próxima edição tem mais!
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Adrianu Sequinho é o único gaúcho assíduo no Brasileiro 2014 e desponta na AM. Foto Gabriel Alho |
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Aterrisando Thiago Solon/RJ, no ar, Lucas Melo/RJ, um de seus sucessores na PRO. Foto: Daniel Souza |
Aberto o espaço para um senso do mountainboard brasileiro! E você? vai enviar sua opinião? Ou ficar só reclamando!